sábado, 21 de julho de 2007

Requerimento a GESAC

Aos responsáveis pelo Governo Eletrônico, Serviço de Atendimento ao Cidadão:




Caros senhores,


Somos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Gerson Peres, código Codigo MEC : 15583430, Município: Breves, CEP: 68800-000, Rua Antônio Fulgêncio, 3197, Bairro: Bandeirantes, temos uma sala de informática, com 18 computadores e não temos Internet, sendo que a sala, do ponto de vista de pesquisa e ajuda nos trabalhos escolares é totalmente inútil.

Diversos municípios aqui próximo (Bagre, Melgaço, Portel, Gurupá) as escolas estaduais possuem Internet do GESAC, e nós, infelizmente, mesmo tendo essa sala de informática há mais de 2 anos, não temos. O mesmo ocorre com as escolas ELIZETE FONA NUNES E MARIA CÂMARA PAES, ambos de Ensino Médio.

Nossas coordenadas geográficas são: 01 40 59.4 S 50 28 09.2 W, podendo ser achada no Google Earth ou outro programa de localização global.

Sabendo da importância da Informática Educativa, e fazendo parte do Projeto Luzcerene Gomes, um projeto simples, que fornece treinamento Internet para alunos, fomos orientados a enviar este e-mail para ver se conseguimos uma antena para nossa escola, haja visto que já temos os computadores e a rede local em funcionamento.

Grato pela atenção


Aluno:
Turma:
Turno:
Série:

Aluno:
Turma:
Turno:
Série:

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Trabalho de Geografia

1. INTRODUÇÃO

Quando falamos em lendas, normalmente pensamos que, com a intromissão da energia elétrica, do rádio, do cinema e da tv, dos computadores, de equipamentos de domínio da física, e de modelos massificados de diversão e conhecimento, é que elas foram sendo, em sua maioria, esquecidas.

A eletricidade teria o poder quase místico de espantar as visagens, da mesma forma que o fogo espantava as onças pintadas.

As rádios, com vozes veladas, chiados e ruídos jamais vistos, e, também, com uma nova canção, gradativamente, ninariam os contos dos mais velhos até serem, como equipamentos sem pilhas, roucos e, por fim, adormecidos em completo silêncio.

Resta-nos, ainda, a culpar pela diminuição das estórias, como a da planta que é gente, que assobia, e que encanta em amplo sentido, os filmes oriundos do teatro e levados aos canais televisivos. Juntando imagens, sons e ilusão de movimentos, eles seduziriam mais que narrativas milenares.

As estórias das canoas que singravam o rio, e, de repente, os olhos da cobra-grande ofuscam o da lamparina à proa do casco, no silêncio da noite; os gestos lentos e rápidos, com a voz desesperada, olhos esbugalhados pela crença firme (“meninos eu vi”1), falando de tal forma que a tapera encantada a um estirão dali poderia ouvir, não seriam maiores que imagens mortas trazidas pela onda da TV.

A Internet e símbolos de inovações, juntando tudo (som, imagem, movimento; rádio, tv etc.), teriam melhor gôsto, as estórias antigas.

Sem dúvida não é possível negar que as lendas contadas de pai pra filho, começaram a perder espaços, também, com a chegada de tecnologias. Mas é negável, sim, que os contos dos antigos foram sangrados, como o peito do Curupira, e que passaram a agonizar e morrer uma a uma por causa disso, apenas. Acreditar nessa idéia é crer que se pode enforcar até à morte uma visagem, como diria o professor Huarley Mateus.

A própria luz elétrica que espanta o negro da noite e as criaturas lendárias que têm casa e filhos na escuridão, teria poder somente no período em que a Lua ou o Sol não nos ilumina.
As estórias narradas foram construídas para perpertuarem-se. O pai passa ao filho; o filho, ao neto; do neto ao bisneto; do bisneto ao tataraneto; etc. Seus inimigos não são capazes de matá-las – a não ser exterminando a civilização inteira que a utiliza ou retirando por completo a idéia de oralidade, desvalorizando, expulsando, discriminando, para que a longo prazo, sofram, agonize e desapareçam.

O que pode haver, e há, é a fusão das lendas. Mas a cobra-grande que come o uirapuru torna-se alada e desliza ao cantar.

Então, por que as lendas agonizam?

A fragilidade das lendas como se vê a cada dia e ainda ampliando-se, a ponto permitir suposições que possam desaparecer por completo em sua essência, não é fruto das tecnologias: são outras lendas que estão competindo no mesmo espaço, as quais não têm na oralidade suas raízes, mas na escrita.

Este trabalho analisa as lendas, enfocando a oralidade e tentando mostrar que a escrita, não complementa a oralidade, mas é um oponente: a começar pelo início da colonização.

A escrita é de uma civilização que vê o mundo de uma forma; a oralidade, de outra. A narrativa traz nas vozes fatores que não podem ser transcritos ou não são importantes de forma alguma (haja visto que não se escreve); a civilização da escrita tenta a todo custo instrumentalizar as lendas e tudo que “seja possível”.

Esse confronto, se apenas no campo das idéias, renderia debates e atas, e pararia nisso. Mas como os colonizadores trazem armas, também, e imposições, as lendas, base cultural, de transmissão de conhecimento, da civilização ágrafa, a qual não tem domínio das armas de fogo, junto com o corpo baleado, cai, também, as lendas.

As tentativas de recuperação das lendas, enfraquecidas pelos efeitos perversos da colonização sobre as lendas da civilização pré-existente, não têm conseguido sucesso. Escritas, perdem suas forças; encenadas, descolorem-se; gravadas, filmadas, tecnologicamente catalogadas, transformam-se em mero instrumento lógico de bits e bytes.

Parece-nos, então, que somente a oralidade pode resgatar a oralidade. A escrita tenta matá-la, negá-la, e junto, os aspectos gerais. Da mesma forma que retirar madeira da floresta, não fere somente as árvores; a escrita, ao amofinar as lendas, rabisca vários ambientes nos quais os personagens reais e personagens imaginários estão inseridos.


1 Gonçalves Dias, Juca Pirama, extraído de http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/gdias.htm, em 09.05.07, 15:14